Colesterol e Fatores Genéticos: a importância da prevenção

Cardiologia, Medicina, Saúde

Os números são assustadores. Apenas em 2017, estima-se que mais de 383 mil pessoas morreram vítimas de problemas cardiovasculares no Brasil. No entanto, acredita-se que muitos desses casos fatais poderiam ter sido evitados ou postergados com medidas simples de prevenção. Conhecer a forma como o nosso corpo produz e lida com o colesterol é uma delas.

Muitas pessoas ainda acreditam que o colesterol é proveniente apenas de fontes externas e que o desenvolvimento de doenças como a aterosclerose (obstrução das artérias que pode levar ao infarto e ao derrame cerebral) deve-se apenas à nossa alimentação e atividade física. O que pode ser bastante perigoso.

A alimentação balanceada, a prática de exercícios regulares e a manutenção de hábitos saudáveis desempenham um papel muito importante. São essenciais para a nossa saúde cardiovascular e devem ser adotados por todos. Auxiliam no equilíbrio metabólico do organismo e podem ser determinantes para a manifestação ou não de várias doenças.

Porém, não podemos esquecer que grande parte do risco de desenvolver problemas cardiovasculares tem como causa fatores hereditários e genéticos. Tais fatores podem se manifestar independentemente da forma física e do estilo de vida dos pacientes.

“Pessoas magras, jovens e com hábitos de vida saudáveis também podem sofrer com o colesterol alto e com todos os riscos das doenças associadas a ele, como a aterosclerose e o infarto.” – Dr. Marcello Bastos Moreno Maia, Cardiologista (CRM 11034 / RQE 5221)

Colesterol e Processo Inflamatório

O corpo humano produz colesterol. Ele faz parte da estrutura das células e está presente em diversas substâncias importantes, como os hormônios e os sais biliares, que auxiliam no processo digestivo das gorduras.

Entretanto, o colesterol produzido em nosso fígado e ingerido pela alimentação não circula sozinho pelo organismo. Ele é transportado pelas chamadas lipoproteínas. O LDL (lipoproteína de baixa densidade) é responsável por levar o colesterol produzido no fígado e ingerido com os alimentos para as diferentes partes do nosso corpo. O HDL (lipoproteína de alta densidade) é encarregado de eliminar o colesterol não utilizado e em excesso.

Para que o colesterol não acumule em nossos vasos sanguíneos e prejudique o nosso organismo, é preciso que exista um equilíbrio entre a produção e a remoção dessas moléculas de transporte (LDL e HDL). No entanto, cada indivíduo possui características e metabolismo próprio. Alguns pacientes – mesmo os com baixa ingesta de gorduras – podem produzir mais LDL do que os outros, por exemplo, e terem maior propensão para problemas cardiovasculares.

Além disso, sabemos hoje que a aterosclerose não é provocada apenas pelos níveis de colesterol. A placa que causa a obstrução das artérias é proveniente de um processo inflamatório mais complexo. Ele atrai as células de defesa do organismo e provoca um acúmulo ainda maior de gorduras na região inflamada.

“Vários estudos estão sendo realizados para identificar as causas desse processo inflamatório. As hipóteses atuais apontam para predisposições genéticas individuais. Sendo assim, pessoas que apresentam níveis baixos de colesterol, mas que têm maiores tendências de inflamação dos vasos sanguíneos, também podem vir a sofrer com doenças cardiovasculares.” – Dr. Marcello Bastos Moreno Maia, Cardiologista (CRM 11034 / RQE 5221).

Prevenção

A aterosclerose, doença que causa degeneração e obstrução progressiva dos vasos sanguíneos, tem avanço lento e demora a dar os primeiros sintomas. A placa de ateroma (popularmente chamada placa de gordura) se desenvolve aos poucos na parede interna dos vasos. Eventualmente, pode haver a formação de um trombo (um coágulo) sobre ela. Isso causa a obstrução aguda, que pode levar a um infarto.

Antigamente, recomendava-se atenção especial com o colesterol para pacientes acima de 45 anos. Hoje, a situação está um pouco diferente. São cada vez mais comuns os casos de pessoas com cerca de 35 anos e que apresentam doença coronariana grave.

As causas para essa mudança, de acordo com as pesquisas, estão relacionadas não só aos fatores genéticos. Muito se deve também ao excesso de alimentos industrializados (ricos em gorduras saturadas, gorduras trans e açúcares) e ao sedentarismo. Sabemos também que doenças como Diabetes e hábitos como fumar podem acelerar o processo de inflamação das artérias. Consequentemente, aceleram o processo de aterosclerose.

“Depois que a inflamação e a placa de gordura se instalam, pouca coisa pode ser feita. Mesmo os procedimentos invasivos para melhorar o fluxo sanguíneo, como a Angioplastia ou a Cirurgia Cardíaca, podem não ser capazes de eliminar o problema.” – Dr. Marcello Bastos Moreno Maia, Cardiologista (CRM 11034 / RQE 5221).

Medicamentos, como as estatinas, podem auxiliar no controle da aterosclerose em pessoas com doença estabelecida. Porém, o seu uso como forma de prevenção é bastante controverso. Por isso, além da manutenção de hábitos de vida saudáveis, devemos lembrar da importância de realizar consultas e exames para conhecer o perfil genético de cada pessoa.

“Mesmo as pessoas magras, aparentemente saudáveis, devem procurar um cardiologista. É importante saber como o próprio corpo lida com o colesterol e identificar as inflamações antes do aparecimento de sintomas mais graves. Isso pode ser determinante para a qualidade de vida no futuro.” – Dr. Marcello Bastos Moreno Maia, Cardiologista (CRM 11034 / RQE 5221).

Previna-se, consulte seu cardiologista e acompanhe de perto a sua saúde. No Hospital SOS Cárdio você encontra desde consultas e exames a tratamentos de alta complexidade em Cardiologia e em outras especialidades médicas. Conte conosco!

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